• o que significa autogestão?
  • Como a autogestão acontece na prática?
  • Como incentivar a autogestão?
  • Há desafios na implementação?
  • Por que a autogestão é um diferencial?

A clássica estrutura de comando e controle, predominante em ambientes de trabalho altamente verticalizados, tem sido substituída por uma forma de trabalho mais autônoma e que exige responsabilidade individual. Por isso, é preciso saber o que é autogestão.

Há muitos benefícios ligados ao assunto, tornando-o um grande diferencial ao trabalho do futuro. O aumento da satisfação dos funcionários, a melhoria da criatividade no ambiente de trabalho e a otimização das relações internas são exemplos — e existem vários outros.

Nos tópicos seguintes, ganhamos profundidade no assunto. Explicamos o que é autogestão e por que essa característica é um diferencial no trabalho do futuro. Continue a leitura atentamente e confira:

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O que significa autogestão?

Para entender o significado de autogestão, vamos entender um pouco mais do nome. O prefixo "auto" vem do grego autós (αὐτός), que significa "eu". Sendo assim, em um primeiro momento, faz-se uma referência ao trabalho autônomo. Ou seja, que depende do próprio sujeito e não de outros.

O radical "gestão" é mais familiar, já que é uma referência a três grandes etapas: planejamento, execução e controle. Na medida que alguém planeja, executa e controla algo, tendo por objetivo aperfeiçoar os resultados futuros, coloca a gestão em prática.

Então, podemos dizer que a autogestão se refere ao aumento da autonomia (o "eu") de cada profissional, de modo que o próprio talento planeje, execute e controle suas tarefas diárias, assumindo mais responsabilidades e entregando mais resultados por conta própria.

Na medida que os funcionários adotam um modelo de autogestão, toda a organização é impactada e pode se tornar autogerida. Nesse cenário, a liderança seria responsável pela direção de longo prazo, sendo que cada profissional gerenciaria suas rotinas operacionais.

Exemplos de autogestão

Separamos alguns exemplos para que você entenda melhor como funciona a autogestão. Observe!

1. Times autônomos concomitantes

Quando muitas equipes estão atuando ao mesmo tempo, é fundamental que todas as responsabilidades sejam compartilhadas entre elas.

Vamos focar no exemplo de uma agência de publicidade. Em sua estrutura de áreas de departamentos, conta com profissionais especialistas em redação e em design.

Redatores e designers trabalham juntos na criação de conteúdos para que as campanhas casem textos e imagens perfeitamente, mas cada uma é responsável pelas suas demandas e competências.

2. Cadeia de convenções individuais

Os profissionais realizam combinados entre eles a fim de otimizar a execução das demandas de trabalho.

Continuando com o exemplo da agência de publicidade, o redator e o designer podem combinar a data prazo para determinada atividade, para ser utilizada em uma arte.

3. Círculos alinhados

São determinados níveis de trabalho na organização, mas não de pessoas e cargos. Ou seja, uma função pode ser mais expressiva que outra para o negócio, mas não para os profissionais.

O redator e o designer são fundamentais para uma agência, mas o posto de atendimento publicitário, embora seja essencial para a organização da gestão da agência, pode ser substituído em tempos de crise.

Isso porque é possível que os próprios designers e redatores do projeto façam o atendimento ao cliente.

Isso não quer dizer que o profissional responsável pelo atendimento publicitário é menos importante ou relevante para a agência, mas dificilmente ele vai conseguir fazer o trabalho do designer.

Como a autogestão acontece na prática?

A adoção de um modelo de autogestão depende de dois principais agentes: o profissional e a empresa. É necessário que ambos compreendam a importância do assunto e as melhores práticas, bem como se disponham a desafiar o modelo tradicional de comando e controle. Não é uma tarefa fácil, mas é perfeitamente possível.

Pontuamos algumas práticas, a seguir.

Autogestão pessoal

A autogestão é uma ótima competência profissional e tem se mostrado um forte diferencial para o futuro do trabalho. É cada vez mais comum que organizações desejem colaboradores que assumam as rédeas do "jogo" e entreguem resultados por conta própria.

No entanto, isso depende de um conjunto de habilidades específicas. Dificilmente alguém inseguro, pouco comunicativo e impreciso conseguirá adotar a autogestão como modelo de trabalho. Por isso, para a autogestão pessoal, algumas dicas relevantes são:

  • invista em comunicação interpessoal;
  • tenha clareza das suas responsabilidades no trabalho;
  • compreenda a missão da empresa e como contribuir com ela;
  • lembre-se de que você faz parte de um time de trabalho;
  • autogestão não é sinônimo de individualismo;
  • defina objetivos profissionais e metas de curto prazo;
  • monitore seus resultados — e corrija suas falhas;
  • disponha-se ao aprendizado contínuo dentro e fora da empresa.

A autogestão pessoal é, na verdade, um processo de aprendizado. Deve-se descobrir como lidar com os desafios diários sem recorrer aos superiores imediatos ou a alta administração, o que não é fácil. Isso exige bastante autonomia, responsabilidade e senso de prioridade.

Autogestão empresarial

Assim como a autogestão depende de um conjunto de ações de cunho pessoal, também demanda o empenho da empresa (representada pelos seus sócios e gestores). Faz-se preciso construir uma cultura que estimule a autonomia ao longo do expediente.

Isso é um desafio. Por muitos anos, empresas foram criadas sob estruturas verticalizadas, nas quais o comando e o controle eram tarefas da administração — sendo os profissionais de base responsáveis por cumprir o estabelecido. Veja algumas dicas que podem ajudar:

  • deixe claro que a autogestão é algo valorizado;
  • não diga minuciosamente o que deve ser feito e nem microgerencie o trabalho;
  • enxugue a estrutura hierárquica e elimine alguns cargos de chefia;
  • estimule a construção de planos individuais alinhados à missão da empresa;
  • adote práticas de autoavaliação de desempenho;
  • invista no treinamento contínuo dos colaboradores.

A tarefa da empresa é criar um ambiente propício à autogestão, de modo que os talentos se sintam estimulados a trabalhar com autonomia e a assumir responsabilidade pelas suas entregas. Esse ambiente depende de boas práticas de RH e liderança de equipes.

Como incentivar a autogestão?

Ao incentivar os funcionários a colaborar ativamente nos processos de tomada de decisão, é possível desenvolver novas abordagens para a conclusão das tarefas, deixando os processos mais eficientes e motivando os funcionários a buscar a melhoria contínua. Siga estas três etapas para incentivar a autogestão:

Motive a liderança

Ao promover a liderança dos profissionais, é possível fortalecer várias das skills que vão impactar pontualmente nos resultados da organização.

Valorize uma organização mais democrática

A partir do momento em que o colaborador tem liberdade para expor suas ideias e sugestões, é possível perceber o sentimento de pertencimento e valorização profissional. Essa cultura, além de otimizar o clima, melhora o engajamento e o desempenho das equipes.

Desenvolva a Inteligência Emocional

O desenvolvimento das soft skills no ambiente de trabalho permite o crescimento profissional em variadas áreas. Atualmente, a inteligência emocional é reconhecida como fator fundamental para um clima organizacional saudável, harmonioso e produtivo.

Há desafios na implementação?

O maior obstáculo que engloba a autogestão está na sua efetivação nas empresas. A verticalidade dentro das organizações é um aspecto que faz parte dos líderes e colaboradores e se distanciar disso não é algo tão fácil. 

Para que a proatividade seja incentivada, é necessário cumprir etapas de adaptação para que todos os envolvidos assimilem as propriedades da autogestão, iniciando por experiências pontuais em departamentos isolados. 

Assim que os primeiros resultados positivos começaram a surgir, é importante analisá-los em outros cenários, a partir do interesse ou necessidade observados. 

Com metodologias de aprendizagem e treinamentos abrangentes, é possível habilitar os times para novas formas de trabalho e recursos da autogestão em partes estratégicas do trabalho, iniciando pelas atividades mais rotineiras, que se repetem em períodos. 

Com a ajuda do endomarketing e das campanhas de engajamento, é possível ter a compreensão da mudança no modelo de gestão, possibilitando que a autogestão ocorra com maior flexibilidade e adesão com o passar do tempo.

Por que a autogestão é um diferencial?

Como você pôde notar, a autogestão é um trabalho conjunto, depende tanto do profissional quanto da organização. Quando bem-feita, pode promover muitas vantagens, como o aumento da inovação e da agilidade, itens vistos como diferenciais na carreira de qualquer profissional. Adiante, apresentamos alguns benefícios que tornam a autogestão um diferencial.

Melhora da criatividade

Na medida que as decisões são centralizadas, elas atendem sempre a um padrão e podem deixar pouco espaço para a criatividade. Todavia, quando cada profissional se torna responsável por resolver problemas, é mais provável que a criatividade ganhe vida. Em vista disso, um primeiro benefício é a criatividade. Profissionais que autogerenciam seu expediente encontram mais liberdade e podem tratar cada problema de maneira inusitada, o que não seria possível em uma estrutura mais rígida.

Aumento da agilidade diária

Em estruturas centralizadas, cada uma das decisões depende do superior imediato. Isso torna o processo decisório mais moroso, o que afeta a agilidade da companhia, das equipes e dos indivíduos. O trabalho autônomo é mais fluido, dependendo de cada talento.

Quando os profissionais podem decidir por conta própria, sem precisar recorrer aos seus superiores e esperar por orientações, tudo pode ser feito com mais fluidez. O diagnóstico e a solução de um problema pode levar minutos e não dias, como no modelo tradicional.

Melhora nos relacionamentos

Um terceiro grande benefício é a melhora nos relacionamentos interpessoais, tanto com o público interno (colegas de trabalho) quanto externo (clientes, entre outros) da empresa. O motivo é que a autogestão exige mais responsabilidade individual, inclusive nas relações.

Sendo assim, na medida que a autogestão é estimulada, as relações interpessoais são fortalecidas. Os profissionais autônomos aprendem a trabalhar melhor com outras pessoas e extrair resultados do tipo ganha-ganha, que beneficiem todas as partes envolvidas.

Veja, agora você está por dentro do assunto, sabe o que é autogestão e por qual razão é um diferencial no futuro do trabalho, além de como isso ocorre no expediente. Lembre-se de que a autogestão é um esforço conjunto, depende do profissional e da empresa. Na medida que ela acontece, benefícios como criatividade, agilidade e satisfação podem ser obtidos.

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