Tempo estimado de leitura: 4 minutos

*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar

Ao contrário dos livros que compramos, guardamos na estante e optamos por ler ou não, as informações oriundas de dispositivos eletrônicos, sejam elas úteis ou mera perda de tempo, verdadeiras ou falsas, parecem ter a capacidade de entrar no nosso cérebro por osmose.

Envie sua vaga

Como lidar com o excesso de informações?

A cada olhada no celular ou em qualquer outra tela (e olhamos para elas muitas vezes ao dia), uma enxurrada de conversas, notícias, polêmicas, piadas, correntes, boatos e afins invadem nosso radar mental e emocional. A informação digital, diferentemente da impressa, tem esse poder: por ser dinâmica, interativa e multicanal, ela “pula” sobre nós.

Diariamente somos expostos a uma quantidade inimaginável de dados. De acordo com um ex-CEO do Google, a cada dois dias é gerado o equivalente a toda informação produzida desde o início da civilização até o ano de 2003.

Leia também: Robert Half Talks (Ep #17) - Infoxicação

A oferta é muito maior que a nossa capacidade de absorção

Se no passado tínhamos acesso a um rol restrito de jornais e revistas, hoje somos impactados por sites, blogs, redes sociais, aplicativos de comunicação instantânea, e-commerces e plataformas de streaming, isso apenas ficando no “pacote básico”.

Há também os displays eletrônicos em elevadores, salas de espera, mobiliário urbano, entre outros. É impossível abster-se da avalanche de informações que nos circundam e nos convocam a reagir de alguma maneira.

O que os especialistas já sabem:

1) o fluxo gigantesco e ininterrupto de informação afeta nosso estado de ânimo e saúde mental, pois o ser humano não foi “equipado” para essa demanda e

2) no entanto, descobriu-se que a qualidade dessas informações e como nos relacionamos com elas têm um impacto ainda mais prejudicial do que volume em si.

Somando-se esses dois aspectos, quantidade e qualidade, chega-se à infoxicação, expressão que mescla “intoxicação” e “informação”, resumindo um dos grandes males da atualidade.

Como o próprio termo já antecipa, o processo de infoxicação decorre do consumo desenfreado de informações tóxicas, ou seja, de informações que despertam tristeza, culpa, confusão, pessimismo e outros sentimentos negativos.

É preciso saber escolher o que realmente interessa

A informação que nos envenena pode vir na forma de um filme, de uma série, de mensagens, de discussões nas redes sociais ou em outros formatos. No dia a dia, essa toxicidade se traduz em menos qualidade de vida e bem-estar, tanto na esfera pessoal quanto profissional.

Em poucos minutos acompanhamos uma tragédia pelo Twitter, confirmamos um evento no Facebook, rimos de um meme no Instagram e participamos de uma reunião de trabalho via Zoom.

Manter o foco, o humor e o interesse em meio à montanha-russa de emoções e de distrações trazida pelas telas, é um desafio e tanto. Não é à toa que todo mundo já ouviu falar de pessoas que ficaram off-line por um longo período, saíram das redes sociais ou trocaram um smartphone potente por um aparelho simples, para resgatar o equilíbrio.

O “FOMO” (Fear of Missing Out), ou medo de ficar por fora do mundo digital, acomete muita gente, e precisa ser prevenido e tratado, por vezes com a ajuda de profissionais especializados. Mais do que isso, ele deve dar lugar ao “JOMO” (Joy of Missing Out), que é a filosofia de sentir-se alegre por não participar de tudo e apreciar o presente em seu próprio ritmo, reduzindo a pressão do mundo digital.​

Guia Salarial da Robert Half​​

No Guia Salarial da Robert Half você encontra a mais completa pesquisa salarial e um estudo sobre tendências de contratação no mercado brasileiro.​​

Ler muito e filtrar tudo é a regra de ouro

Acredito que entre os dois extremos, estar totalmente conectado ou totalmente desconectado, existe um caminho mais sensato. Ser bem-informado, dar vazão à curiosidade e cultivar relacionamentos é fundamental não apenas para um bom desempenho no trabalho, mas para a vida.

As novas tecnologias nos ajudam muito nesse sentido. Porém, é preciso estabelecer limites. Sem eles, nossa relação com a informação se torna doentia.

A infoxicação pode atrapalhar uma carreira da mesma forma que atrapalha a vida pessoal. Por um lado, notícias inconsistentes sobre o mercado, por exemplo, podem confundir a visão que o profissional tem de si mesmo ou do segmento em que atua. Por outro, o excesso de informações no trabalho e sobre ele pode gerar estresse, perda de produtividade e de criatividade.

Para evitar informações furadas, o primeiro passo é o profissional identificar em que ponto de sua trajetória ele se encontra e onde quer chegar. Estando ciente de suas habilidades, metas e deficiências, é necessário buscar boas fontes para se informar sobre tendências, capacitação, vagas e empresas.

Ler muito, checar as informações com conhecidos de confiança e filtrar bem tudo é a regra de ouro para formar uma opinião sensata e tomar decisões mais saudáveis.

Em outra frente, é indispensável criar a própria receita para não se tornar refém das ferramentas digitais. Passar o dia inteiro respondendo mensagens, estar sempre com vários dispositivos ligados ao mesmo tempo e participar de todos os debates das redes sociais são tentações perigosas. Mas eleger prioridades, considerando seus objetivos pessoais e profissionais, com certeza é o melhor caminho. 

Saiba como os recrutadores da Robert Half podem ajudar você a construir uma equipe talentosa de colaboradores ou avançar na sua carreira. Operando em mais de 300 locais no mundo inteiro incluindo nossas agências de empregos de São Paulo. A Robert Half pode te fornecer assistência onde e quando você precisar.