Por Gabrielle Moreira

Usar uma proposta de emprego para pedir aumento pode ser uma má estratégia. A contraproposta pode não vir, e o funcionário ainda pode se queimar com a chefia e com a nova companhia. Por isso, é importante que seja estabelecida uma relação de transparência com os superiores, para evitar surpresas indesejadas para os dois lados. 

Se o motivo for exclusivamente financeiro, vale uma conversa franca com o chefe, diz Isis Borge, gerente da divisão de engenharia da Robert Half. “A empresa precisa saber da situação do funcionário e avaliar se existe a possibilidade de atender a essa demanda, mas sem ser pressionada. Tem casos em que se adianta o 13º ou se concorre a cargos com remuneração mais alta, por exemplo”, diz. 

Segundo Isis, pesquisas realizadas pela Robert Half mostram que o salário normalmente não é o único fator que leva a busca de novas oportunidades. “Costuma ser um dos pontos que incomoda o funcionário. Quando analisamos a fundo, vemos que são incluídas outras variáveis como plano de carreira, relacionamento com colegas de trabalho, distância, entre outras”, explica. 

Por isso, a gerente alerta sobre a importância de uma avaliação sincera por parte dos funcionários, antes de tentarem uma contraproposta. “Essa situação é sempre ruim. Ao ser questionada, a empresa deixa de contar com 100% com a pessoa e o funcionário, além de sentir esse efeito, não fica feliz no trabalho”, diz.  

Estudos feitos pela Robert Half ainda mostram que as contrapropostas não são muito duradouras. De acordo com Isis, os funcionários ficam aproxidamente mais seis meses em seus empregos e depois buscam novos desafios. “Daí a importância de se analisar todo o cenário. Se já foram exauridas todas as possibilidades para aumento salarial, sem sucesso, talvez seja a hora de mudar. Mas, se não, vale uma conversa com a chefia, caso a pessoa esteja feliz no trabalho”, conclui a gerente.

Gabrielle Moreira é jornalista e escreve sobre economia, finanças, carreiras e comportamento há mais de dez anos. Depois de uma temporada no Valor Econômico de São Paulo, mudou-se para o Rio de Janeiro e agora reporta diretamente de seu home office na cidade maravilhosa. 

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