Por Fernando Mantovani

Muito do que vimos nos últimos 18 meses foram empresas acelerando o passo na jornada da transformação digital, seja para permitir que a operação se mantivesse em pleno funcionamento, em ambiente remoto, presencial ou híbrido, ou - ainda - para se manter competitiva diante da concorrência, considerando as exigências do momento ou o novo perfil do consumidor. Eu arrisco a dizer que nenhuma empresa é a mesma, se compararmos à realidade dela antes da pandemia.

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Em algumas organizações mais maduras, os movimentos de evolução ou transição certamente foram mais naturais e geraram menos traumas. Mas, de uma forma geral, acredito que todas enfrentaram ou estão enfrentando, pelo menos, um desses três desafios:

1. Estratégico

Houve uma clara corrida de empresas de diferentes portes para continuar entregando valor para o seu público-alvo. Na pesquisa Transformação Digital - Prioridades e Desafios de Empresas no Brasil, que a Robert Half realizou em parceria com o Insper, mapeamos que, estrategicamente falando, reformular o modelo de negócio, identificando os potenciais impactos das tecnologias digitais sobre as transações, os produtos e/ou serviços realizados foi o principal desafio de empresas de todos os portes.

2. Organizacional

Como é natural, qualquer mudança de método, processo ou tecnologia impacta diretamente na rotina dos colaboradores da empresa, entre os quais sempre existirão os mais dispostos a se adaptar e alguns mais conservadores. Nesse contexto, o mesmo estudo mapeou que em 37% das empresas de médio porte mudar a cultura organizacional tem sido o principal desafio organizacional da transformação digital. Já em 32% das companhias de pequeno porte e 35% das grandes empresas, os esforços têm sido para adequar o modelo de gestão e trabalho ao novo momento.

3. Sistêmico

Difundir uma nova tecnologia no ambiente digital de qualquer companhia nem sempre é uma tarefa fácil. Além da complexidade natural do processo e de regulamentações como a LGPD, também há a necessidade de criar barreiras contra os ataques dos cibercriminosos, que têm atuado com muito profissionalismo. É por conta dessa junção de fatores que não surpreende quando a pesquisa aponta que, entre os desafios sistêmicos existentes, as organizações se consideram menos preparadas quando o assunto é garantir a segurança e a privacidade dos dados de diferentes naturezas. Essa é a percepção de 27% das empresas de pequeno porte, 33% das de médio porte e 28% das grandes organizações.

Equipe: o grande diferencial em momentos estratégicos

Ter uma equipe com profissionais contratados de maneira estratégica, ocupando as posições que mais se adequam ao seu perfil é fundamental para o sucesso da organização em qualquer momento da economia, do mercado ou do país. Porém, em períodos delicados, instáveis ou de mudança, esse cuidado é ainda mais necessário.

Sem dúvidas, a hora é de determinar quais projetos da transformação digital ou dos movimentos de retomada devem ganhar mais atenção. Mas, paralelamente a isso, sugiro aos líderes manterem o hábito de realizar uma auditoria nas habilidades do time interno para verificar se todos estão habilitados a conduzir a organização ao patamar que ele merece estar.

* Fernando Mantovani é diretor geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar

 

Transformação Digital: Prioridades e Desafios de Empresas no Brasil

Estudo produzido pela Robert Half em parceria com Insper, sob a coordenação do professor Edvalter Becker Holz, do Núcleo de Estudos de Comportamento Organizacional e Gestão de Pessoas

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Transformação Digital_pesquisa Robert Half e Insper