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Cultura pró-família trabalho começa a se disseminar no mercado de trabalho no Brasil

O papo é especialmente de mãe para filho. São milhões delas que precisam (e querem) manter seus filhos e conciliar com o trabalho. As agruras dessa jornada dupla têm sido cada vez mais notadas pelas empresas, que não conseguem mais fechar os olhos para as características próprias desse tipo de situação.

“Elas perceberam que não dá para desligar a chavinha da vida pessoal e ligar apenas a da vida profissional”, ressalta Michelle Terni, CEO e co-fundadora da consultoria de impacto Filhos no Currículo.

Ao lado de Mariana Horno, gerente sênior de Tecnologia e Legal em São Paulo da Robert Half, ela falou sobre o papel das mães no mercado de trabalho para o podcast Robert Half Talks.

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O impacto e as mudanças que a pandemia trouxeram para o mercado 

Mais uma vez, a pandemia acelerou o processo de tomada de consciência do mercado em relação à condição das mulheres. “As empresas acordaram para a pauta e entenderam que ao planejar uma estratégia de equidade de gênero é impossível não incluir a chegada de uma criança na vida de seus cuidadores”, comenta Michelle.

“É um grande desafio fazer a inclusão. É um tema complexo, mas, ao mesmo tempo, agrega muito valor. Na Robert Half, 58% do quadro de profissionais são mulheres. Delas, temos 31% mães”, afirma Mariana, que se diz “gerente e mãe do Henrique, de 5 anos”.

Para ela, a mudança de chave não depende só da mãe, mas das pessoas no entorno. “É uma questão coletiva”, diz.

Praticamente metade das mulheres saem ou ‘são saídas’ do mercado de trabalho até dois anos depois da chegada dos filhos. É metade da força de trabalho. Imagina a quantidade de talentos que nós treinamos e que saem do mercado! O que podemos fazer para que toda essa potência que nasce na gente agregue na nossa carreira?”, questiona Michelle, que é mãe de Tom e Alex.

Ela lembra que o próprio exercício da parentalidade agrega muitas habilidades boas para o mercado de trabalho e que evadem das organizações todos os dias.

Estágios de consciência

Embora as empresas já começaram a olhar para isso, é fato que há muitos estágios de consciência em relação aos benefícios de acolher a diversidade e promover a paridade de gêneros nos ambientes corporativos.

De acordo com Michelle, há empresas que nem pararam ainda para pensar em parentalidade, mas há ainda as que já ‘levantaram as antenas’, mas não sabem como começar. Umas já iniciaram estratégias para agregação desse valor e outras que já têm uma cultura protagonista, oferecem benefícios e vivem na prática seus valores e políticas afirmativas. “Há ainda aquelas que se tornam líderes, ditam mercado, formam tendências e vão no limite dos benefícios, entendendo que a consciência é formada muito por uma engrenagem de processos e políticas, pessoas e cultura”, diz Michelle.

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Mariana reconhece a evolução, mas lamenta a influência de setores “mais fechados”. “Há um caminho árduo ainda a percorrer”, diz.

O papel da maturidade das empresas na mudança de cultura

Para Michelle, o desenvolvimento de um trabalho que faça avançar as práticas dentro das empresas deve começar com o mapeamento dos KPIs capazes de mostrar qual é o nível de maturidade de consciência da organização em termos de políticas pró-família. “O turnover é um indicador muito relevante.

No processo seletivo também é importante ver se há diversidade nas escolhas. Olhe para o lado e veja se consegue ver pessoas de grupos minorizados fazendo parte do processo. Dados de pré-natal também indicam o quanto está sendo controlado esse cuidado”, afirma.

Segundo ela, para passar para o estágio seguinte, vale perceber as campanhas externas realizadas e as certificações que a empresa conquista.

“Pensando do lado do RH, uma mudança cultural nunca é rápida, mas começa por algo pequeno. É uma percepção bastante lenta, dia a dia. Pode levar cinco anos”, lembra Mariana.

Se você quiser saber mais, ouça o episódio na íntegra.

Ouça também:

Episódio #1: ESG: como ele impacta na hora de contratar? - com Carlo Pereira e Fernando Mantovani

Episódio #2: Match Perfeito na contratação - com Paul Ferreira, da FDC, e Mário Custódio

Episódio #3: Guia Salarial - com Leonardo Berto e Vitor Silva

Episódio #4: Saúde Mental - com Jackie de Botton, da TSOL, e Maria Sartori

Episódio #5: Transformação Digital nas empresas brasileiras - com Edvalter Becker Holz, do Insper, e Caio Arnaes

Episódio #6: Oficeless: desafio para o RH - com Matheus Fonseca, da Movile, e Lucas Nogueira

Episódio #7: Que venha 2022 - com Vittorio Danesi, da Simpress, e Fernando Mantovani

Episódio #8: Diversidade e Inclusão - Denise Brito, da Sodexo Débora Ribeiro

Episódio #9: Mentiras no Currículo - Amanda Adami e Thiago Zuppo (Robert Half)

Episódio #10: Dia Internacional da Mulher - Flavia Alencastro, Maria Sartori (Robert Half) e Tatiana Monteiro de Barros (UniaoBR) 

Episódio #11: Dia Internacional da Felicidade - Érika Moraes (Robert Half) e Renata Rivetti (Reconnect Happines at Work) 

Episódio #12: Tendências em Benefícios - Marcela Esteves (Robert Half) e Cesário Nakamura (Alelo) 

Episódio #13: Mitos e Verdades do Recrutamento - Alexandre Attauah e Carolina Cabral (Robert Half) 

Episódio #14: Universidades X Mercado de Trabalho - Leo Berto (Robert Half) e Professor Carlos Netto (Mackenzie) 

Robert Half Talks

Lançado em outubro de 2021, o Robert Half Talks está disponível nas principais plataformas de áudio e agregadores de podcasts. Em um bate-papo inteligente e descontraído entre headhunters da companhia e grandes nomes do mercado, o Robert Half Talks será uma atração quinzenal, com o objetivo de levar aos ouvintes discussões relevantes sobre o futuro do trabalho e dicas de como se adaptar a um mundo em constante transformação.

Mais informações sobre o Robert Half Talks você confere em: Podcast: Robert Half Talks | Robert Half