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A situação está melhorando, mas ainda estamos longe do ideal. Há muito trabalho a ser feito para que a mulher iguale a representatividade masculina no mercado de trabalho. Embora os avanços sejam inegáveis, ainda há resistência em relação à valorização da mulher no ambiente profissional. Além disso, existe uma percepção de que as mulheres colocam a carreira em segundo plano, mas isso não é verdade.

Essa visão distorcida foi um dos temas debatidos no podcast Robert Half Talks dedicado ao Dia Internacional da Mulher. O episódio recebeu como convidada especial a empreendedora social Tatiana Monteiro de Barros. Ela é uma das fundadoras do UniãoBR, movimento voluntário da sociedade brasileira, sem envolvimento político, para fortalecer o combate aos efeitos da pandemia do novo coronavírus no Brasil.

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Qual é a prioridade da mulher no mercado de trabalho?

Um estudo da Robert Half recém feito em parceria com o Instituto Insper quebra o mito de que a mulher não tem ambição de crescer na carreira. “Os dados mostram que elas têm as mesmas motivações que eles para buscarem uma promoção e até para chegarem a um cargo de liderança. Mas elas ainda precisam se provar”, diz Maria Sartori, diretora associada da Robert Half, que também falou ao podcast.

Para ela, a quebra dos padrões patriarcais da sociedade vão acontecendo aos poucos e o tema vai penetrando no dia a dia das empresas. Na pesquisa “Diversidade e Inclusão”, da Robert Half, o item “Mulheres da liderança” foi abordado por 68% da amostra, liderando o ranking dos assuntos de diversidade mais discutidos nas corporações.

“Existe de fato uma melhora no Brasil todo em termos de mulheres trabalhando, e isso acontece em diferentes níveis. Na população economicamente ativa, o número pode até superar o de homens. No entanto, a gente sabe que tem muito trabalho a ser feito”, diz Maria.

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Ainda que lentamente, a situação está mudando

Embora o gap no mercado de trabalho seja evidente, no passado, a diferença entre as presenças feminina e masculina era ainda maior. Hoje, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 55% das mulheres do país estão no mercado de trabalho, enquanto o percentual de homens é de 75%.

“Primeiro a mulher precisa vencer a si mesma, estar bem resolvida e se priorizar”, afirma Tatiana Monteiro de Barros. “Mesmo tendo de provar competência e garra, as pessoas ainda duvidam”, completa Flavia Alencastro, diretora associada da Robert Half e participante do podcast. Pior do que isso, “não é a aprovação só para uma primeira porta. É uma aprovação diária. Mas a gente está aqui para mostrar que é possível”, diz.

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Mais inclusão e igualdade

Uma pesquisa feita pelo Instituto Ipsos em agosto de 2021 avaliou 28 países para verificar a taxa de apostas em lideranças femininas. Nesses dados, o Brasil apareceu em primeiro lugar no ranking, com 72% dos entrevistados dizendo acreditar que o mundo seria mais pacífico e bem-sucedido com mais líderes mulheres – a média global, considerando o total de entrevistados, é de 54%. “A gente espera que nos próximos anos mais mulheres possam adentrar as estatísticas, com mais inclusão e igualdade no setor corporativo”, revela Maria.

Eficiência e priorização no trabalho

Outro dado interessante, diz Maria, foi divulgado pela Harvard Business Review, sobre as mulheres em cargos de liderança. Segundo o levantamento 2019 da consultoria de desenvolvimento de liderança Zenger Folkman, divulgado pela revista de Harvard, as mulheres apresentaram mais eficiência durante a crise sanitária, que afetou praticamente todas as empresas, deram mais resultados positivos e contribuíram de maneira mais expressiva para o engajamento dos trabalhadores.

As mulheres foram consideradas mais eficazes que os homens em 84% das competências classificadas pela Zenger Folkman. Elas são excelentes em tomar iniciativa, agir com resiliência, praticar o autodesenvolvimento, impulsionar os resultados e demonstrar alta integridade e honestidade. Os homens foram classificados como melhores em apenas duas capacidades: desenvolvimento de perspectiva estratégica e especialização técnica ou profissional.

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Presença de mulher em cargos de liderança ainda é baixa

Mesmo assim, a porcentagem de mulheres em cargos de lideranças considerados “sênior” é ínfima: as mulheres são somente 4,9% dos CEOs da Fortune 500 e 2% dos CEOs da S&P 500.

Mais uma vez, dentre os motivos apontados está um viés inconsciente recheado de preconceitos culturais e de gênero que bloqueiam as contratações e promoções para posições mais estratégicas.

Enquanto isso, mulheres continuam no front. “Ser mulher não é um obstáculo; é um desafio. Tenho orgulho absurdo de ser mulher. Acho muito interessante o gostinho das pequenas e grandes vitórias”, comenta Flavia.

Ouça também:

Episódio #1: ESG: como ele impacta na hora de contratar? - com Carlo Pereira e Fernando Mantovani

Episódio #2: Match Perfeito na contratação - com Paul Ferreira, da FDC, e Mário Custódio

Episódio #3: Guia Salarial - com Leonardo Berto e Vitor Silva

Episódio #4: Saúde Mental - com Jackie de Botton, da TSOL, e Maria Sartori

Episódio #5: Transformação Digital nas empresas brasileiras - com Edvalter Becker Holz, do Insper, e Caio Arnaes

Episódio #6: Oficeless: desafio para o RH - com Matheus Fonseca, da Movile, e Lucas Nogueira

Episódio #7: Que venha 2022 - com Vittorio Danesi, da Simpress, e Fernando Mantovani

Episódio #8: Diversidade e Inclusão - Denise Brito, da Sodexo Débora Ribeiro

Episódio #9: Mentiras no Currículo - Amanda Adami e Thiago Zuppo (Robert Half)

Robert Half Talks

Lançado em outubro de 2021, o Robert Half Talks está disponível nas principais plataformas de áudio e agregadores de podcasts. Em um bate-papo inteligente e descontraído entre headhunters da companhia e grandes nomes do mercado, o Robert Half Talks será uma atração quinzenal, com o objetivo de levar aos ouvintes discussões relevantes sobre o futuro do trabalho e dicas de como se adaptar a um mundo em constante transformação.

Mais informações sobre o Robert Half Talks você confere em: Podcast: Robert Half Talks | Robert Half