Acompanhar as tendências de RH, especialmente para os próximos anos, pode ajudar a sua empresa a manter a gestão de pessoas alinhada a algumas práticas inovadoras do mercado. Além disso, essa ação permite identificar oportunidades e alinhar os processos internos do negócio para novas oportunidades profissionais, principalmente os promovidos pela tecnologia e por fatores globais.

Um exemplo é a ampla adoção de home office devido à pandemia de coronavírus. O trabalho remoto, modelo que vinha como uma tendência gradual e lenta, cresceu e espalhou-se por muitas empresas por conta do isolamento social e acabou configurando uma nova forma de trabalhar que deu certo, definitivamente.

Existem outras tendências que poderão alterar a forma como trabalhamos em um futuro próximo. Para falar delas, entrevistamos Mariana Horno, gerente da área de recrutamento de RH, TI e Legal da Robert Half. Continue lendo para ver o que ela disse e descobrir sobre as mudanças e tendências que envolvem o RH!

Quais são as principais tendências de RH para os próximos anos?

Antes de passarmos à nossa lista, Mariana destaca que as tendências estarão voltadas, certamente, para uma visão conectada ao negócio e uma gestão mais ligada à produtividade. Dessa forma, o trabalho remoto, aprofundado pela necessidade do momento, ganha ainda mais força, sendo uma mudança que veio para ficar.

“Diante dessa tendência, trabalhar no engajamento dos funcionários, considerando a conexão com transformação cultural e digital, parece algo cada vez mais presente e necessário”, comenta ela. Sabendo disso, confira agora as principais tendências para o RH!

Transformação digital x cultural

Esses dois fatores têm grande importância, como mencionado anteriormente. Eles precisam ser harmonizados dentro do ambiente digital, para que as novas ferramentas possam ser mais bem utilizadas pelos colaboradores.

“As empresas investem cada vez mais em inovação tecnológica, e, para isso ser viabilizado, é essencial que os colaboradores estejam engajados e conectados para que a transformação cultural aconteça”, explica Mariana. “O RH é o grande responsável por conectar essas pontas, para que as mudanças gerem efeitos positivos para as corporações e os colaboradores”, destaca.

Gestão de benefícios

Essa gestão tem ganhado um papel cada vez mais relevante nas empresas para reter e atrair talentos, os quais estão mais criteriosos com os benefícios oferecidos pelas organizações para atuarem nelas. Além disso, quando há excelência nesse campo, a tendência é melhorar o ambiente de trabalho. Quando a empresa investe na mudança ou adequação dos benefícios existentes, ela contribui para o bem-estar do funcionário e para uma experiência positiva por parte dele de se sentir cuidado.

A relação do custo versus benefícios das empresas e dos colaboradores é importante, pois, na gestão de mudança, pode haver um retorno financeiro considerável para a companhia, com a maior satisfação dos colaboradores. Isso porque eles tendem a ser mais produtivos, especialmente se há uma diversificação dos benefícios para de atender a muitas de suas particularidades.

“Trazer flexibilidade para a utilização dos valores convertidos em benefícios pode ser uma excelente alternativa e que atenderá à diversidade como um todo”, comenta Mariana. “Isso porque, para cada colaborador, o peso ou a característica de um benefício é percebido de uma maneira particular”.

Gerenciamento de equipes híbridas

“Haverá uma necessária adaptação às equipes híbridas para contemplarem os que preferem estar presencialmente no escritório e os que estão trabalhando de forma remota, respeitando-se as políticas home office de cada companhia”, ressalta a gerente.

Nesse caso, a responsabilidade do gerenciamento desses times cabe ao RH e, principalmente, ao gestor direto dos indivíduos que compõem essa equipe. Para equilibrar a gestão, Mariana sugere que se agendem reuniões presenciais para assuntos sensíveis e/ou quando o líder sentir uma necessidade de socialização e integração maior. Isso pode ser devido a um projeto sensível ou pela sensação de que o engajamento precisa acontecer para que a tolerância às diferenças seja reavivada.

“Independentemente disso, parte da sensação de dificuldade é, sim, um paradigma de gestão, pois há líderes e equipes que estão mais próximos, após o trabalho remoto, pois a qualidade e a quantidade de interfaces aumentou”, aponta ela.

Trabalho remoto

“O home office forçado quebrou o paradigma de que os funcionários precisam estar juntos num local para que a produtividade e o bom trabalho aconteçam”, diz Mariana. “A percepção de controle atrelado ao resultado mudou, e essa liberdade e confiança ao colaborador traz mais retorno à companhia”, pontua ela.

Para que esse modelo seja bem-sucedido, ela dá algumas dicas que podem ser úteis, inclusive, para quem pretende começar a trabalhar remotamente. Ela indica que é essencial ter metas claras e definidas para cada função e área nesse modelo de trabalho. Além disso, o trabalho em um escritório continua a ter o seu valor para socialização e integração, embora não seja necessário para que a atuação em time e negócios prosperar.

Treinamento e desenvolvimento

“Treinamentos online serão cada vez mais criados e utilizados como forma de desenvolvimento humano nas corporações”, observa Mariana. Ela ainda indica que formas de medições atreladas à visão estatística são interessantes e cada vez mais valorizadas, especialmente em profissionais de people analytics dentro da área, para que as necessidades de treinamento sejam percebidas de forma concreta.

RH como parceiro do negócio

É importante que o RH entenda e vivencie o negócio para, a partir disso, compreender o que os colaboradores precisam. “Receber demandas prontas dos líderes, sem ter a percepção exata da necessidade e conexão com os negócios e resultados, não funciona mais”, avisa Mariana.

Nesse contexto, o RH deve estar mais conectado com as necessidades macro da companhia (estratégia) e com os detalhes relacionados às demandas de cada área específica e suas respectivas lideranças. Isso porque existem diferenças de necessidades entre elas, e tal individualização é essencial para o atendimento do todo e a entrega de resultados.

Valorização da diversidade profissional

“O RH tem que ser um setor de contribuições diversas e agregar diferentes perfis, bem como trabalhar a abertura de todos os colaboradores em prol de um objetivo comum”, explica a gerente de recrutamento de RH, TI e Legal.

“Os paradigmas precisam ser quebrados, e a visão agregadora e conjunta, bem como mais empática, deve prevalecer como forma de obtenção de retornos e resultados”. Ela ainda destaca que perfis e senioridades diferentes agregam visões diferentes que, somadas, geram novas tendências e novos padrões, bem como patamares de resultados.

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Quais são os impactos e os desafios que a tecnologia permitirá superar no RH?

“O impacto é certo!”, enfatiza Mariana. “A tecnologia deve e vai ser utilizada para potencializar a área de RH”, acrescenta ela. Além disso, as novas tecnologias contribuíram para a utilização e adoção em larga escala do home office durante o período de crise do coronavírus.

Outras ferramentas, como softwares de gestão remota e meios de comunicação mais modernos — por exemplo, mídias sociais, mensageiros instantâneos e chats integrados aos sistemas de gestão — também ajudaram a lidar com o cenário de isolamento social.

Essas novas formas de atuar - e com a tecnologia como aliada - permitiram que o RH continuasse a funcionar e a auxiliar as equipes remotamente. Isso foi um exemplo de êxito propiciado pela tecnologia. No entanto, é preciso ter cautela. Mariana comenta que a grande questão será como equilibrar e usar a tecnologia para gerar mais satisfação e eficiência na otimização de produtividade e resultados. Isso sem perder de vista a conexão e a força que as pessoas e a integração trazem.

Como as empresas podem preparar seu RH para os próximos anos?

“Utilizar a tecnologia para melhoria de eficiência e medições e, também, como forma de agregar à gestão do negócio é muito importante e vital”, explica a gerente. Todavia, ela alerta para a automatização completa dos profissionais nessas áreas. “Pensar na tecnologia como a substituição do valor agregado humano e a força do trabalho em time não parece ser o caminho adequado, mas a composição sinérgica das duas coisas”.

Por fim, é preciso ficar atento ao acompanhar as tendências de RH para aproveitar aquelas que podem gerar oportunidades para a empresa e, sobretudo, as que podem ser essenciais para a sua própria sobrevivência no mercado.

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