Os dados da 15ª edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH) indicam que todas as categorias de profissionais entrevistados para a composição do estudo - empregados, desempregados e recrutadores - tiveram ligeiro aumento de confiança em relação à atual situação do mercado de trabalho pela terceira vez consecutiva desde o início da crise sanitária, ainda que permaneça no campo do pessimismo (abaixo dos 50 pontos), registrando 33,3 no indicador consolidado versus 32,5, da última edição. Já a expectativa para os próximos seis meses teve leve recuo pelo 2º trimestre consecutivo, mantendo-se no patamar otimista, ou seja, acima dos 50 pontos, com 51,4 pontos, ante 51,7 em novembro e 52,9 em agosto, como mostra o gráfico abaixo:

ICRH

“Um ano depois da pandemia atingir o mundo, ficam claras que as incertezas sobre os rumos da crise sanitária ainda preocupam a população e influenciam o mercado de trabalho e a economia”, ressalta Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half.

“Por outro lado, o 15º ICRH mostra um viés de redução de pessimismo em relação à situação atual, indicando que os empregados e recrutadores que se mantiveram ativos no mercado ou foram admitidos neste período sabem que precisam manter a roda girando. As empresas que forem capazes de enxergar as adversidades como oportunidades para seguir quebrando paradigmas, terão mais chances de sucesso nos próximos meses.”, completa.

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Confiança dos Profissionais no Mercado de Trabalho

Os resultados da sondagem realizada para a elaboração da 15ª edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH) também nos permitem extrair alguns insights importantes a respeito das características, opiniões e comportamentos do mercado de trabalho dos profissionais qualificados:

Trabalho remoto e o aumento do equilíbrio entre vida pessoal e profissional

Pouco mais de um ano depois que a pandemia da Covid-19 atingiu o Brasil e o mundo, 76% dos profissionais afirmaram que passaram a trabalhar de forma remota em função da necessidade de distanciamento social. Na opinião de 48% dos profissionais entrevistados, o equilíbrio entre qualidade de vida e trabalho melhorou desde o início da pandemia. Os principais motivos destacados foram: redução do estresse por conta da ausência de deslocamentos (42%), mais tempo para conviver com a família (29%) e a sensação de que estar em casa reduz a pressão vivida no ambiente físico do trabalho (11%).

O impacto do isolamento social na saúde mental

No caminho inverso, embora a maioria dos profissionais entenda que o equilíbrio entre qualidade de vida e trabalho melhorou nos últimos meses, para 26% a situação se manteve igual e a mesma porcentagem revela que a sensação de equilíbrio piorou. Impacto na saúde mental (32%), falta de contato próximo com a equipe e gestores (16%) e espaço físico inadequado para o trabalho (10%) foram os fatores que influenciaram na questão.

A guerra por talentos torna-se ainda mais complexa

As habilidades comportamentais, que já vinham ganhando destaque há alguns anos, foram potencializadas pelos desafios da pandemia e passaram a ser mais valorizadas pelas empresas. Com a necessidade de adaptação dos processos de recrutamento e seleção ao ambiente digital, a guerra por talentos ganhou um novo capítulo, visto que 45% dos recrutadores entrevistados disseram ser difícil avaliar habilidades comportamentais dos candidatos durante uma entrevista de emprego. Ainda, quando perguntados a respeito do principal desafio com relação à atração de candidatos, 48% consideram a capacidade de proporcionar uma política de remuneração que permita atrair profissionais qualificados, e 36% a dificuldade de encontrar profissionais qualificados como os maiores obstáculos.

Empresas reconhecem os benefícios da igualdade de gênero

Segundo a pesquisa, 76% das empresas manifestam preocupação em reduzir a desigualdade entre homens e mulheres no mercado. Na visão dos recrutadores, os principais benefícios gerados são: pensamento mais diverso (66%), melhora no clima corporativo (57%), aumento da motivação e melhora do engajamento (55%) e fortalecimento da política de atração de candidatos que valorizam a diversidade (49%). Já para os colaboradores, as consequências positivas da igualdade assumem outra sequência: pensamento mais diverso (77%), fortalecimento da política de atração de candidatos que valorizam a diversidade (53%), aumento da motivação e melhora do engajamento (49%) e por fim, melhora no clima corporativo (45%). No entanto, 61% dos recrutadores afirmaram que ainda não executam ações específicas para aumentar a participação feminina.

Metodologia do ICRH - Lançado em agosto de 2017, o Índice de Confiança Robert Half (ICRH) é um indicador de difusão que varia de 0 a 100. Os indicadores de difusão são de base móvel (50 pontos), construídos de forma que os valores acima de 50 pontos indicam agentes do mercado de trabalho de profissionais qualificados confiantes. A 15ª edição do ICRH é resultado de uma sondagem conduzida pela Robert Half entre os dias 09 e 28 de fevereiro de 2021, com base na percepção de 1161 profissionais, igualmente divididos em três categorias: recrutadores (profissionais responsáveis por recrutamento nas empresas ou que têm participação no preenchimento das vagas); e profissionais qualificados empregados e desempregados (com 25 anos de idade ou mais e formação superior). Todos distribuídos regional e proporcionalmente pelo Brasil, de acordo com os dados do mercado de trabalho coletados na PNAD. Para os cálculos da taxa de desemprego dos profissionais qualificados, foram utilizados os microdados da PNAD trimestral, fornecidos pelo IBGE em seu portal. Foram executados recortes na amostra para condizer com o perfil de profissionais qualificados, conforme mencionado.