Por Fernando Mantovani

O benefício faz parte de uma das vias de relação saudável entre colaborador e empregador. O profissional oferece suas habilidades, inteligência e produtividade, enquanto a empresa o recompensa com salário e, na melhor das hipóteses, benefícios adicionais atraentes. Para mim, tem sido claro o quanto os profissionais têm valorizado a oferta de pacotes de incentivos que prezem por sua saúde e qualidade de vida ou trabalho. Antes da pandemia, o tema já vinha rondando as conversas de profissionais de RH e lideranças. Agora, a importância de ter as próprias necessidades observadas e atendidas pelo empregador cresceu ainda mais.

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Valorização desde a sala de entrevista

Para entender melhor esse cenário, a Robert Half lançou a 2ª edição do estudo Benefícios Pré e Pós Covid-19: o que mudou?. Na sondagem, mapeamos que para apenas 2% dos 358 profissionais entrevistados a remuneração é o que mais importa na hora de aceitar uma proposta de emprego. Entre os demais, 62% afirmam ter a intenção de negociar um salário melhor caso a oferta não contemple benefícios que consideram importantes.

Dos benefícios considerados mais importantes, a assistência médica lidera a preferência de 96,7% dos profissionais. No meu entender, acredito ser importante para o colaborador saber que a organização está preocupada em garantir a qualidade da sua saúde e, em alguns casos, de seus familiares. Mas, devido ao novo momento que estamos vivendo, alguns itens novos, como disponibilização de notebook e auxílio para contas de consumo (como internet e luz) ou montar o home office, já estão entre as preferências dos profissionais e - felizmente - no radar das empresas.

Home office deixa de ser benefício

Um alerta importante para lideranças e RH: o home office, com seus desafios e benefícios, já não é mais visto como benefício pelos profissionais. Para 75,7% dos entrevistados, trabalhar remotamente passou a ser um modo de trabalho. Outro ponto de atenção para os gestores é com relação à aceitação desse modelo de trabalho, já que se trata de uma preferência bastante individual. O que tenho notado é que enquanto alguns amam a flexibilidade de poder desempenhar suas tarefas de qualquer lugar, outros precisam da rotina no ambiente formal para atingir seus melhores resultados.

Uma cultura de transparência pode ajudar na escolha

Quase 90% dos profissionais que participaram da sondagem feita pela Robert Half disseram que não podem escolher os benefícios que melhor se adaptam a sua realidade. Sei, por experiência própria, que - principalmente em organizações de médio e grande porte - agradar a todos os colaboradores é uma tarefa quase impossível. Mas, acredite, as decisões, até mesmo as mais polêmicas, poderão ser mais bem aceitas se na organização tiver uma cultura de espaços para fala, compartilhamento de experiências e entendimento da realidade da equipe.

As relações de trabalho mudaram e, com a quebra de paradigmas do trabalho remoto, os talentos que estão dentro da sua companhia podem estar no alvo de qualquer organização do mundo. Agora, mais do que nunca, é fundamental rever e ajustar rotas para atrair e reter os melhores profissionais. Com um olhar mais atento ao momento, a organização não ganha só em qualidade da equipe e produtividade. A boa prática também ajuda a fortalecer a imagem corporativa.

Pode apostar!

* Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar

 

BENEFÍCIOS PRÉ E PÓS COVID-19: O QUE MUDOU?

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