Robert Half Talks: Podcast (Ep #9) - Mentiras no Currículo

  1. O discurso e o currículo devem estar devidamente alinhados
  2. Detalhe as formações profissionais de forma honesta e completa
  3. Descreva o seu conhecimento por idiomas de maneira honesta
  4. Você pode ter de fazer entrevistas em inglês (ou outro idioma estrangeiro que esteja no currículo)
  5. Sinceridade é o caminho para uma boa entrevista
Tempo estimado de leitura: 4 minutos

Uma das informações falsas mais comuns de se encontrar em um currículo diz respeito ao nível de fluência em uma segunda língua. O tabu do inglês (e de outros idiomas) continua aterrorizando muitos candidatos e, como dizem por aí, “o papel aceita tudo”. Mentir pode até garantir mais entrevistas, mas não o emprego e, pior, pode afastar o profissional de novas oportunidades, pois, no mundo do recrutamento, o “detector de mentiras” está cada vez mais em alerta, fazendo com que os candidatos que exageram, distorcem, ocultam ou mesmo mentem nos currículos e entrevistas sejam desmascarados e descartados da seleção. 

O discurso e o currículo devem estar devidamente alinhados

A capacidade de encontrar incongruências entre as informações prestadas pelo candidato e a realidade pode fazer um estrago na credibilidade e fechar portas para o profissional. A mentira no currículo lidera a lista de motivos para eliminar o indivíduo do processo, com 35% dos casos, segundo o Índice de Confiança da Robert Half (ICRH). O segundo lugar (20%) é falar mal da empresa anterior. 

Dois especialistas da Robert Half falaram sobre isso no podcast Robert Half Talks. Amanda Adami, branch manager em Campinas (SP), e Thiago Zuppo, team leader de Belo Horizonte (MG), contaram que é importante saber que os dados do currículo são apenas um ponto de partida e que sempre pode haver uma segunda checagem. 

Detalhe as formações profissionais de forma honesta e completa

“A gente sempre checa as informações por telefone, presencialmente ou online. Uma das mentiras é sobre uma formação não feita ou incompleta. O profissional coloca muitas vezes que tem um nível para um segundo idioma que ele não está ou, na grande maioria das vezes, supervaloriza ou subvaloriza esse nível. A segunda checagem vai acontecer, e o candidato vai perder a oportunidade de impressionar o entrevistador ou o gestor”, afirma Amanda. “Você só tem uma única chance de causar uma boa impressão. Se mentir no currículo, você não será só descartado para uma vaga, e sim para qualquer processo seletivo na empresa”, completa. 

Descreva o seu conhecimento por idiomas de maneira honesta

Por mais tentador que possa ser mentir sobre sua capacidade de se comunicar em outro idioma, é preciso lembrar que este é um dos pontos mais fáceis de identificar. “Se o profissional tem um certificado, ok, mas na maioria das vezes você quer que aquilo chame a atenção de alguém. No nível Brasil, o idioma fluente é aquele que permite fluir uma conversa. Você consegue trazer o dia a dia, questionar e fazer perguntas, fazer uma apresentação, participar de chamadas de vídeo”, explica Amanda. 

Segundo ela, o fato de o profissional ter morado fora do país ou de ter tido uma oportunidade internacional pode classificá-lo como capaz de demonstrar fluência. 

Você pode ter de fazer entrevistas em inglês (ou outro idioma estrangeiro que esteja no currículo)

Amanda diz que a grande dificuldade dos candidatos é situar sua proficiência entre os níveis intermediário e avançado. “A validação é simples. O recrutador questiona o candidato sobre a possibilidade de uma entrevista em outro idioma. Às vezes, o candidato continua confirmando que sim, mas aí ele pode ter de responder uma ou duas questões em outra língua”, conta. 

O correto seria mencionar na primeira entrevista qualquer insegurança em relação ao nível de proficiência o que, afirma Amanda, pode ser encaixar no chamado “fit cultural da empresa”, caso a questão não seja mandatória. Vale muito a transparência e uma boa imagem. 

Mas, se a fluência for um fator extremamente relevante para a contratação, “com certeza haverá uma validação do idioma em alguma etapa do processo seletivo. E, convenhamos, será extremamente desconfortável investir seu tempo e descobrir a mentira talvez na segunda ou terceira etapa”, confirma. 

Sinceridade é o caminho para uma boa entrevista

A sinceridade traz consigo credibilidade, garante Zuppo, assim como questionar o recrutador sobre a razão da utilização do idioma, para identificar a aderência ao processo. “Já presenciei muitas vezes o profissional que, de fato, não tem o domínio da língua inglesa, trazer isso de forma transparente e informar que está fazendo um curso do idioma. Dependendo do profissional e da necessidade da empresa, é possível flexibilizar essa característica. Por isso o mais recomendável é não mentir”, completa ele. 

Zuppo revela que alguns candidatos chegam a incluir certificados falsificados de proficiência, facilmente descobertos após uma segunda checagem. Segundo ele, isso mina as chances do profissional, que deveria, ao contrário, demonstrar “ter proficiência no seu próprio currículo, na sua história”. 

Por tudo isso, é perigoso arredondar para cima qualquer informação, como passagens por um cargo que não se teve na empresa, ou ainda o uso de nomenclaturas equivocadas; os reais motivos de saída da empresa anterior, se por livre vontade ou se por demissão (e o porquê disso); além da falsa ideia de alinhamento do profissional à cultura da empresa.

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Robert Half Talks

Lançado em outubro de 2021, o Robert Half Talks está disponível nas principais plataformas de áudio e agregadores de podcasts. Em um bate-papo inteligente e descontraído entre headhunters da companhia e grandes nomes do mercado, o Robert Half Talks será uma atração quinzenal, com o objetivo de levar aos ouvintes discussões relevantes sobre o futuro do trabalho e dicas de como se adaptar a um mundo em constante transformação.

Mais informações sobre o Robert Half Talks você confere em: Podcast: Robert Half Talks | Robert Half