Por Flavia Alencastro

Acordar, tomar banho, café da manhã, se arrumar e trabalhar. Até aí, é a rotina normal de milhões de pessoas ao redor do mundo. Mas e se para trabalhar você não precisasse sair de casa e se deslocar até o local, podendo fazer tudo do conforto do seu lar? O chamado home office tem sido cada vez mais utilizado pelas empresas e vistos, pelos colaboradores, como um diferencial. Mas será que a prática funciona para todas as empresas e setores?

A princípio, o home office funciona para qualquer setor da economia, mas talvez não se aplique para qualquer área da empresa. Em funções operacionais, é muito difícil trabalhar de casa o tempo todo. Por exemplo, para um gerente de loja é importante estar presente no local de trabalho para acompanhar de perto as ações que estão sendo desenvolvidas. Pessoas que lidam com dados sigilosos e informações confidenciais, como os funcionários de bancos, também têm mais restrições em relação ao home office. Já profissionais das áreas de inovação ou comercial, podem dispor de mais flexibilidade de local e horário de trabalho. É importante ressaltar, porém, que para trabalhar de casa é preciso ter maturidade e foco para fazer a autogestão das atividades.

O home office funciona para todo mundo?

Está é uma pergunta importante, pois não são todos os perfis profissionais que se adaptam ao trabalho remoto. Há pessoas que rendem melhor no ambiente de trabalho e com a proximidade dos supervisores e subordinados. Outros, no entanto, se sentem mais confortáveis e focados sem interrupções e a produtividade aumenta quando estão em casa. É importante que as empresas saibam diferenciar tais perfis e os profissionais tenham o autoconhecimento para identificar em qual modelo são capazes de entregar o máximo que podem.

Equilíbrio, produtividade e motivação

Para o profissional, sem dúvida, o principal benefício do home office é o ganho em qualidade de vida ao equilibrar melhor o tempo e energia economizados no deslocamento entre casa e trabalho para questões pessoais, por exemplo. A empresa, por outro lado, tende a ganhar em produtividade e motivação do colaborador.

No entanto, para garantir os bons resultados e manter a rotina de trabalho, mesmo em casa, é preciso tomar alguns cuidados:

  • Estabeleça e cumpra um horário de expediente – Não tente colocar a casa em ordem ou resolver problemas pessoais entre uma tarefa do trabalho e outra para não perder o foco, mesmo diante de atividades profissionais com longos prazos de entrega. Garanta que os demais moradores da casa entendam e respeitem esse horário de trabalho;
  • Mantenha o networking – Tenha o hábito de marcar encontros com profissionais da sua área para se atualizar e trocar ideias sobre o meio e o mercado de trabalho, entre outros assuntos;
  • Planeje-se – A autonomia oferecida pelo home office exige maturidade do profissional, já que não há chefe supervisionando cada minuto do seu dia. Uma boa dica é estabelecer metas diárias e semanais;
  • Cuidados na escolha do local de trabalho – O ideal é determinar um espaço fixo para trabalhar, com boa iluminação, acomodação confortável - ainda que simples – e os itens básicos de trabalho à mão, incluindo computador com acesso à Internet e linha telefônica.
  • Atenção ao traje – Tenha o hábito de se arrumar como se fosse para o trabalho. Ficar de pijama, por exemplo, pode fazer com que você não se sinta efetivamente trabalhando.

Sem cair no esquecimento

Para qualquer profissional que passa longos períodos ausente do escritório, seja por home office ou por trabalhos externos, é importante manter alguma frequência de contato com os demais colaboradores da companhia para não perder os laços estabelecidos e saber sobre os rumos da empresa, seja por e-mail, telefone ou Skype. Com relação ao gestor, uma sugestão é posicioná-lo, com a frequência que for mais conveniente, sobre o andamento das atividades. Pedir feedbacks também é uma forma de saber se o seu desempenho está de acordo com o esperado e, se necessário, realinhar os processos. Caso tenha utilizado o tempo livre para participar de eventos da área ou cursos de atualização, ainda que gratuitos e/ou online, de uma maneira discreta, dê um jeito de comunicar essa iniciativa ao seu superior.

*Flavia Alencastro é diretora de recrutamento da Robert Half