
Presencial com flexibilidade
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Por Fernando Mantovani
O retorno ao trabalho presencial cresce no mundo inteiro, mesmo entre as empresas consideradas mais modernas e arejadas, como as de tecnologia. Os motivos alegados são muitos, e legítimos: aumentar a produtividade, melhorar a interação entre colegas, fortalecer a cultura corporativa, entre outros.
Mantenho a opinião de que o modelo híbrido pode ser uma ótima solução para organizações e trabalhadores. Entretanto, a realidade é que muitas empresas têm preferido o formato 100% presencial. Seja qual for a razão, uma coisa é certa, não estamos, sob hipótese alguma, voltando para o momento pré-pandemia, quando passar cinco dias por semana no escritório era normal e inquestionável.
Qualidade de vida importa
Soa repetitivo dizer que a pandemia foi um divisor de águas, mas ainda está bem viva na memória das pessoas a importância de cultivar a qualidade de vida, mantendo-se mais próximo da família, se exercitando, se alimentando bem, entre outras medidas de saúde e bem-estar. Tanto é que a opção de trabalhar remotamente ainda tem um forte peso na hora de aceitar ou deixar um emprego.
Dados da 25ª edição do Índice de Confiança da Robert Half (ICRH) dão a dimensão dessa realidade. De acordo com o estudo, 45% dos profissionais empregados disseram que, em um processo seletivo, além do salário, a flexibilidade de horário é o aspecto mais importante na escolha de uma vaga.
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Ainda conforme os trabalhadores empregados, há diversas maneiras de as empresas investirem na flexibilidade no modo presencial. As cinco iniciativas mais citadas foram:
- valorizando o equilíbrio entre vida pessoal e profissional (71%);
- oferecendo mais opções de horários de trabalho e dias remotos (67%);
- flexibilizando os horários de entrada e saída do escritório (59%);
- promovendo um ambiente de trabalho saudável e inclusivo (55%);
- estabelecendo um canal de comunicação aberto a sugestões e feedbacks (35%).
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No entendimento dos profissionais ouvidos, a flexibilidade é essencial porque traz mais tempo para cuidados pessoais e familiares. A conta é simples: menos deslocamentos pela cidade e mais autonomia para gerir os próprios horários são fatores que impactam positivamente a disposição, o sono e o humor das pessoas. Gastar duas ou três horas por dia em trânsito, ao contrário, esgota a energia de qualquer um.
E as empresas, como elas têm respondido aos novos desafios do trabalho presencial? Segundo os recrutadores que participaram do estudo, as organizações estão adotando principalmente essas cinco alternativas:
- uso de tecnologias que facilitam a comunicação e a colaboração a distância (52%);
- horários flexíveis de entrada e saída (49%);
- trabalho remoto em dias específicos (47%);
- ambientes de trabalho adaptáveis e colaborativos (32%);
- canal de comunicação aberto para sugestões e feedbacks (31%).
Na opinião de mais metade das empresas (56%), flexibilizar as “regras do jogo” tem como principal benefício a satisfação dos funcionários. Contribuir para a qualidade de vida, a retenção de talentos e o bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional também foram bastante citados como efeitos positivos desse movimento.
Empresas do futuro serão flexíveis
Mesmo que o home office seja reduzido, é fato que flexibilizar normas e hábitos tornou-se uma questão de sobrevivência para as empresas. Com o avanço contínuo das tecnologias de comunicação e de colaboração, temas como trabalho remoto, jornadas flexíveis e nomadismo digital tendem a permanecer no horizonte dos trabalhadores.
Destaco, a seguir, três pontos cruciais para empregados e empregadores fazerem o melhor uso possível da flexibilidade, com vantagens para todos:
- tecnologia – as empresas precisam investir pesado nesse sentido, especialmente no aprimoramento contínuo dos colaboradores. Mesmo quem não é de TI deve se manter atualizado. O domínio tecnológico melhora a autonomia e o desempenho dos times;
- projetos – trabalhar por projetos vêm ganhando força no Brasil e esse é mais um caminho para incrementar tanto a variedade de experiências quanto a liberdade de escolher quando e onde trabalhar. Para as empresas, essa alternativa significa ter um especialista para demandas específicas, evitando os custos associados a uma contratação por tempo indeterminado;
- competências comportamentais – iniciativa, responsabilidade, organização e boa comunicação são qualidades cruciais para que um ambiente flexível funcione bem. O teletrabalho depende totalmente disso. As empresas e profissionais podem apostar nestas competências por meio de treinamentos, conversas, entre outras ações.
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A prosperidade de uma empresa apoia-se largamente na sua capacidade de adaptação ao mundo. Ignorar a realidade dentro e fora de casa, não é uma opção para quem deseja crescer. Que tal tentar compreender melhor os times e se abrir para mudanças?
*Fernando Mantovani é diretor-geral da Robert Half para a América do Sul
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