
Por Adriana Fonseca
Mesmo com a constante evolução de mercado, o senso comum ainda diz que todas as pessoas trabalham por dinheiro.
É por isso que se dá bônus aos banqueiros e que se paga os funcionários de diferentes maneiras. Mas, na opinião do economista comportamental Dan Ariely, essa é uma visão muito simplista de por que as pessoas trabalham.
Ele começou a pensar no assunto quando um aluno foi falar com ele. Um dia, esse ex-aluno voltou ao campus e contou que, por mais de duas semanas, trabalhou em uma apresentação de PowerPoint. Ele trabalhava em um grande banco e o trabalho era uma preparação para um processo de fusão e aquisição. Ele estava trabalhando duro na apresentação, cheia de gráficos, tabelas, informações. Trabalhou até tarde por mais de duas semanas. Ao final, mandou o PowerPoint ao seu chefe e o gestor escreveu, respondendo:
"Boa apresentação, mas a fusão foi cancelada."
O rapaz ficou profundamente depressivo. Enquanto ele estava trabalhando, estava bastante feliz. A cada noite ele desfrutava de seu trabalho, que estava ficando até tarde, deixando o PowerPoint perfeito. Mas ao saber que ninguém veria aquilo abalou seu humor.
Ser feliz no trabalho
Ariely contou a história em uma palestra, na qual falou também sobre uma série de experimentos que realizou para identificar qual a motivação profissional das pessoas. Concluiu que quando as tarefas desempenhadas não tem sentido para quem as executa elas não são motivadoras, mesmo que sejam pagas. Se a organização deseja que seu colaborador aprenda a ser feliz no trabalho, é preciso que os valores de uma empresa sejam claros e objetivos.
Motivação no trabalho
Para ele, na economia do conhecimento não se pode pensar em dinheiro como único fator motivador – como se fazia na época da Revolução Industrial. É preciso acrescentar outros fatores que levam à motivação no trabalho: significado, criação, desafios, senso de propriedade, identidade, orgulho, etc.
“A boa notícia é que se nós acrescentarmos todos esses componentes e pensarmos sobre eles – como nós criamos nosso próprio significado, orgulho, motivação e como nós fazemos isso no nosso ambiente de trabalho e para os nossos funcionários – eu acho que podemos deixar as pessoas mais produtivas e felizes.”
* Adriana Fonseca é jornalista, tem 14 anos de experiência na cobertura de carreiras e empreendedorismo e já publicou no jornal Valor Econômico, na Folha de S.Paulo e na revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios. Hoje, escreve e edita em seu home office.